Templários

A Ordem do Templo de uma perspectiva histórica.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Templários e sua ocupação no Outremer

Lista de fortalezas templárias no Outremer (doadas, reocupadas ou construídas de raiz pela Ordem).Fica de fora as cidades; no entanto é preciso ter em mente que existiam guarnições templárias em algumas cidades e aldeias do Outremer seja por questões politicas de logistica ou tactica.

Localização

Data

Designação latina, franca ou arabe

Notas adicionais

Nordeste do Mar Morto

1162-?

Ahamant

Fortaleza

Condado de Tripoli

Antes de 1152-?

Arima (Aryma)

Castelo

Parte norte do principado de Antioquia. Fica situada a 15 km de Tel Aviv

1213?-1266

Arsuf(Arsur)

Castelo

Promontório entre Haifa e Jaffa

1218-1291

'Atlit (Chateau Pelerin or Castle Pilgrim)

Castelo-fortaleza apelidado de inexpugnável.Será o único a nunca ser conquistado por qualquer força.Foi abandonado após a queda de Acre.

Zona fronteiriça entre a Ásia Menor e a Siria.

1131.Perdido em 1188 para Saladino,volta para os templários em 1216 até 1268.Queimado e arrasado pelos templários em 1283

Baghras (Gaston)

Fortaleza que mudou de mãos muito rapidamente. Os templários recebem como uma das primeiras doações no Outremer.

Situada aos pés do monte Hermon(Montes Golan)Síria.

1129-1132 e1140-1164

Banyas

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Nordeste de Tiro

1260-1268

Beaufort (Belfort)

Apenas atacável através de dois pontos: oeste e sul, pois foi construída á beira de um precipício.Pensa se que ja tivesse uma fortificação no local.

A sul de Acre

1187-1265

Caco (Qaqun)

Pequeno forte

A sul de Acre

1232-1291

Cafarlet

Pequeno forte

Situada nas montanhas Amanus(Vale de Amuq)Antioquia. Síria

1140?-1266

Calamella

Castelo com funções de controlo viário na região.

A oeste-noroeste da costa de Jerusalem.

1187-?

Casal des Pleins

Pequeno forte

A oeste-noroeste da costa de Jerusalém ficando a meia jornada da anterior.

1160-?

Castrum Arnaldi

Castelo

Nordeste de Tripoli. Noroeste da Síria, a sudueste de Tartus e a noroeste do Krak de Chevaliers.

?-1271

Chastel Blanc

Castelo com funções tácticas pois dominava um importante ponto geográfico da Síria.

Norte do Lago de Tibriades.

1178-?

Chastellet

Castelo de defesa

Nordeste de Tripoli

?-1271

Chastel Rouge

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Situada nas montanhas Amanus(Vale de Amuq)Antioquia. Síria

?-1268

Chilvan Kale

Pequena fortaleza

Zona fronteiriça entre a Ásia Menor e a Siria.

1136-37 até 1188 data em que é conquistada por Saladino.

Darbsak

Castelo de pequenas dimensões. Figura nas páginas da Ordem pela forma valente como esta se cobriu de glória ao defende-lo contra Saladino.

A sul de Acre e perto desta.

1201-1263

Doc

Pequena fortaleza ou fortim

Extremo sul do Reino de Jerusalém, nas cercanias do monte Sinai.

1244-?

Gaza

Castelo de defesa principalmente como posto avançado face ao Egipto.

Amanus(Vale de Amuq)Antioquia. Síria

1140-1266

La Roche Guillaume

Castelo.

Vadum Iacob.Local que domina o rio jordão o mar da galileia e a via Maris que ligava a Damasco.

1178-1179

Le Chastelet

Castelo com funções tácticas pois dominava vários pontos de deslocação(rio,mar e as estradas de ligação a Damasco)

sul de Acre

1187-1220

Le Destroit

Pequeno forte.

Perto de Nablus

Só esteve sob comando templário aquando da batalha de Nazaré.

Le Feve

Pequeno forte.

Sudueste do Lago Tibriades

1184-?

Le Petit Gerin

Forte de dimensões normais.Proposito de defesa das estradas.

Entre Jerusalem e a sua costa noroeste.

1170-?

Le Toron des Chevaliers

Castelo construido de raiz pelos templarios.

Perto da costa noroeste do Mar Morto.

1170-?

Maldoim

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Na costa a sul de Le Destroit

1187-1265

Merle

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Norte do Mar Morto

1170-?

Quarantene

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Zona fronteiriça entre a Ásia Menor e a Siria.

1136-37

Roche Roussel

Pequeno castelo.

Ilha situada a 2 milhas de Tortosa

?-1303

Ruad

Desde 1291 é a única instalação templária no Outremer.Evacuada em 1303.

Este de Acre

1163-reconstrução em 1240-perdido em 1266

Safed (Safad, Saphet)

Uma das mais caras fortalezas e a que continha uma das mais importante guarnições templárias no Outremer.

Sul de Acre

1272-1291

Saffran

Castelo

Castelo costeiro entre Tiro e Tripoli

1260-1291

Sidon

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Na costa a norte de Tripoli.

?-1152

Tortosa (Antartus)

Pouca informação sobre a ocupação templária.

Amanus(Vale de Amuq)Antioquia. Síria

1140-?

Trapesac

Castelo de grandes dimensões.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Arquitectura Templaria-(estudo do caso francês)-Parte 2

É sob este aspecto que se apresentam as comendadorias do Templo em França, conjuntos de edifícios agrícolas com maior importância para as cavalariças, as granjas e a capela do que para qualquer tipo de fortificação.

Em La Couvertoirade, a sua cintura fortificada data do século XIV quando esta comendadoria passa para as mãos dos Hospitalarios.

Uma constante nas construções templárias é a capela ou a igreja.

Com a autorização papal de Inocêncio II á Ordem do Templo para que esta pudesse construirr capelas para uso dos seus freires, servidos por capelães da própria Ordem longe da tutela de qualquer bispo.

Continuando no caso francês que, até agora é o que melhor está estudado,temos a capela de Fontenotte na Cote-D’Or, esta capela abre para uma habitação em ângulo, com uma torre redonda no ângulo interior á mesma.Esta capela em si apresenta uma nave rectangular com cerca de quinze metros de comprimento e seis de largura, um coro estreito que acaba numa abside sobreelevada; no arco de volta completa estão abertas três janelas; todo o conjunto é coberto por uma abobada em berço quebrada, sustentada na nave por um pendente pousado sobre duas consolas. Esta planta simples é a que se encontra na maioria das igrejas templárias assim como outras tantas do século XII e XIII. As igrejas de forma circular existem em igrejas e capelas templárias, não podendo no entanto serem tomadas como uma característica da Ordem.

O seu carácter militar afirma-se sobretudo no Outremer, desde o século XII que os templários começam a assumir a defesa de castelos e de cidades fortificadas.Tomaremos como exemplo o castelo de Saphet ao norte da Galileia, este castelo é conhecido pela descrição dada pelo bispo de Marselha aquando da sua Visita á Terra Santa em 1244 no momento em que este era reconstruído.Em tempos de guerra podia albergar cerca de duas mil e quinhentas pessoas.A sua guarnição permanente era constituída por cinquenta cavaleiros-irmãos; trinta sargentos-irmãos; cinquenta turcópolos;trezentos balistários(besteiros,arqueiros); oitocentos e vinte homens de armas e quarenta escravos muçulmanos.Na parte exterior do castelo situavam-se doze azenhas que aprovisionavam-no de água; podendo estas serem substituídas por moinhos de vento dentro das muralhas.O castelo encontrava-se defendido por séries de fossos e postos avançados para arremesso de pedras.Outro castelo seria o de Tortosa que apresenta do lado do mar uma torre de menagem rectangular estando esta ladeada por duas torres quadradas; casamatas ao nível do mar permitiam o reabastecimento por via deste.Do lado de terra a fortaleza estava isolada devido aos seus fossos, sendo uma calçada que ligava ao único portal aberto no pano de muralha o seu único acesso.

Em si e apesar de variações os castelos e fortalezas quer das ordens militares quer dos senhores feudais, seguiam um plano europeu adaptando-o ás necessidades do Outremer.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Arquitectura Templaria-(estudo do caso francês)

As construções templárias são em si as de mais facila acessibilidade são facêis de ver,reconhecer e identificar.No entanto continuam a subsistir enganos nesta matéria : falta de evidencias e falhas na identificação são as mais comuns.Como exemplo temos a fortaleza de Gisors(França), que como provam documentos oficiais só foi confiada á guarda templária durante os poucos meses de disputa entre o rei da França e o rei de Inglaterra e o facto de ter ou não ter sido prisão-assim como muitas outras fortalezas e castelos de França- dos templários não poderá ser considerada como uma «fortaleza templaria».Outro caso será o de Gréoux, castelo na Provença, infelizmente e apesar das inúmeras lendas e ideias espalhadas no sec XIX, o castelo, no seu estado actual não poderá ser anterior ao sec XIV.

Lendas e ideias espalhadas no sec XIX levaram a grandes enganos em matéria arquitectónica ligada á Ordem do Templo, uma delas é a de que todas as igrejas templárias tenham uma forma redonda construída sobre uma planta central.Neste caso os trabalhos de Elie Lambert esclarecem esta ideia á qual Viollet le Duc deu certo peso no entanto provando-se que deu á ideia uma generalização abusiva.

Quando falarmos de arquitectura templária temos de ter em consciência os seus vários tipos: comendadorias ou granjas (expoente máximo no Ocidente); as construções militares (com expoente máximo no Outremer) e por fim as construções religiosas(espalhadas tanto a Ocidente como no Outremer) igrejas ou capelas. Para que estes estudos de uma arquitectura própria tenham validade é necessário um total recenseamento dos monumentos templários que subsistem no Ocidente e Outremer.

No caso francês só certas regiões tiveram um estudo aprofundado caso da Provença, Charente, Coulommiers e o Franco-Condado.

No caso português e espanhol só á muito pouco tempo foi iniciado um recenseamento de monumentos.

A Ordem do Templo possuía no Ocidente cerca de nove mil comendadorias.

As construções nas comendadorias formavam na maioria dos casos um quadrado, com a capela ao sul, refeitório a norte e pátio ao centro. Frequentemente uma comendadoria possuía edifícios rectangulares com uma torre de esquina pela qual se acedia aos andares superiores. Muitas vezes possuíam uma cave para guardar géneros alimentícios ou vinho.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Jaques de Molay

Jacques de Molay (1243/1244 ou 1249/1250 e morreu a 18 de Março de 1314)

Nascido em Molay(Haute-Saône) no Condado da Borgonha, pertencia a uma família da pequena nobreza franca.Iria ser recebido em 1265 na ordem do Templo, na pequena cidade de Beaune por Hubert de Pérraud que detinha o cargo na ordem de visitador da França.

Será o 23º grão-mestre da ordem e oficialmente o seu último, quando for queimado vivo na ile de la cité; pequena ilha do rio Sena em Paris.

Pouco ou nada se sabe da sua juventude só começando a ter maior evidência depois do seu ingresso na ordem e no capítulo de emergência em Chipre efectuado devido á morte de Guillaume de Beaujeu caído heroicamente na defesa de Acre, para eleger um sucessor.

Grão-Mestrado

Jacques de Molay assume o mestrado da ordem antes de 20 de Abril de 1292 data em que documentos oficiais da ordem catalães o indicam já como grão-mestre, não se sabendo no entanto a data exacta da sua eleição. Será eleito em detrimento de outra figura de peso dentro da ordem; Hugues de Pérraud; sobrinho do visitador do templo em França Hubert de Pérraud.

No inicio do seu mestrado é conhecido pela sua acção a favor de uma nova cruzada, desenvolvendo uma campanha diplomática na França,Catalunha,Inglaterra e na Itália junto ao papado, esta campanha visou não só resolver problemas que a ordem tinha a um nível interno como também a um nível local, sendo resolvidas diversas disputas entre a ordem e bispos e também no sentido de pressionar as coroas e a Igreja a uma nova cruzada.

Organiza a partir da ilha de Chipre ataques contra as costas egípcias e síria para enfraquecer os mamelucos, providencia apoio logístico e armado á Pequena Arménia, chega a intentar uma aliança com o Canato da Pérsia sem resultados visíveis.

Outro assunto que será discutido durante o seu mestrado na ordem será o da fusão entre as duas maiores ordens militares a do templo e a do hospital numa só, a ordem do templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto á razão da sua existência, as suas funções de proteger os peregrinos e de defender a Terra Santa tinham cessado quando retiraram para a ilha de Chipre.Jacques de Molay em Maio de 1307 em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguirá apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realizará.

A prisão e o Processo

Na sexta-feira de 13 de Outobro de 1307, os templários no reino da França serão presos em massa por ordem de Filipe, o Belo. O grão-mestre Jacques de Molay será capturado em Paris.

Imediatamente após a prisão, Guillaume de Nogaret proclama publicamente nos jardins do palácio real em Paris as acusações contra a ordem.

Esta manobra régia impedirá o inquérito pontifício pedido pelo próprio grão-mestre, o qual interno á Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canónico, emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna.

A prisão, as torturas, as confissões do grão-mestre, irão criar um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efectuar esta acção.Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o Belo e Clemente V, chegaremos a um impasse pois estando o grão-mestre e o Preceptor da Normandia, Geoffroy de Charny sob custódia dos agentes do rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos. Em 1314 o rei pressiona para uma decisão relativa á sorte dos prisioneiros. Já num estado terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão, as suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao rei que a temida recuperação da ordem não será efectuada. Perante a comissão Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay proclamarão a inocência de toda a ordem face ás acusações dirigidas a ela, a comissão pára o processo e decide consultar a vontade do papa neste assunto.Ao ver que o processo com este volte face estava a ficar fora do seu controlo e estando a absolvição da ordem ainda pendente, Filipe, o Belo decidirá um golpe de mão para que a questão templária fosse terminada, ordena o rapto de Jacques de Molay e de Geoffroy de Charny então sob a custódia da comissão de bispos e ordena que sejam queimados na fogueira na ile de la cite pouco depois das vésperas em 18 de Março de 1214.

domingo, novembro 26, 2006

Hierarquia da Ordem(Revista)

Grão-Mestre: Era o Comandante supremo da ordem tanto em assuntos diplomáticos como em assuntos militares. Só respondia perante a autoridade papal.

Couvenant (assembleia plenária de todos os membros quando se trata de ir combater ou assistir a solenidades religiosas; mas é naturalmente uma assembleia restrita (elitista) para os membros mais próximos do topo hierárquico da Ordem quando se trata de discutir questões de total importância). O capítulo 98 sublinha que todos os irmãos do Templo devem obediência ao Mestre, enquanto este deve ser obediente ao seu couvent.


Senescal: Conselheiro e diplomático, este substitui o grão-mestre aquando da sua ausência

Marechal:Chefe encarregado pelas acções militares era o comandante do exercito templário.


Chefe do reino de Jerusalém: Encarregado do reino de Jerusalém nos assuntos da Ordem era na sua essência um comandante militar

Chefe da cidade de Jerusalém: Encarregado da cidade de Jerusalém era um comandante com deveres diplomáticos (responsável pela diplomacia com o rei de Jerusalém); responsável pelos templários dentro da cidade (respondia por estes).

Chefe de Trípoli e de Antioquia: Encarregado de Trípoli e de Antioquia nos assuntos da Ordem era na sua essência um comandante militar e acumulava também funções diplomáticas.

Chefes das Províncias Europeias: Encarregados das Províncias Europeias nos assuntos da Ordem eram na sua essência comandantes militares e acumulavam também funções diplomáticas.

Comandantes (preceptores das províncias principais Europeias ou do Outremer)

-Mestres: eram encarregados da Ordem em alguns reinos na esfera militar e diplomática.Na hierarquia respondiam ao Preceptor/Comandante nos assuntos (recrutamento,necessidade de tropas,logística da Ordem.) internos. Gualdim Pais foi um dos mestres para a Ordem nos três reinos.


-Drapier: Os Drapiers estavam encarregados das roupas dos Templários.


-Chefe da casa: Encarregado das diferentes casas(comendas,castelos,terras,fortalezas)

Respondia perante o Mestre e o Preceptor.

-Chefe dos cavaleiros: Encarregado do treino e observância dos Irmãos cavaleiros e Sargento do Mosteiro (muitas vezes este chefe já teria servido no Outremer)


-Irmãos cavaleiros e Sargento do Mosteiro: Estes eram o núcleo da Ordem os que usavam a túnica branca com a cruz vermelha. Cada um equipado com os três cavalos e armas. O sargento era muitas vezes (apesar de hierarquicamente estar ao mesmo nível dos Irmãos cavaleiros) um cavaleiro impossibilitado de combater ou por doença, feridas de guerra, ou porque aquando do seu ingresso na Ordem foi destacado para esse lugar.

-Turcoplier: Comandante dos Irmão-Sargento aquando da batalha.


-Sub-marechal (um Sargento). Responsável pelo aprovisionamento das tropas e seus equipamentos.


-Portador padrão.Padrão simples pertencia a um sargento escolhido carregá-lo.Portador do Beu-Sant era um dos Irmãos cavaleiros que o carregava.Qualquer um dos dois estava impedido de o usar como arma,deixá-lo cair para salvar a sua vida ou baixá-lo de modo a não ser um alvo.


-Irmão-Sargento: Estes irmãos não necessitavam de uma ascendencia nobre usavam a túnica castanha e lutavam a pé com as armas típicas de qualquer infantaria.O que os distinguia de qualquer infantaria normal era a sua cor castanha com a cruz de lado.

-Irmãos Rurais ("Feres Casalier") -Viviam nas comendas e trabalhavam a terra.

-Irmão Assistente de Doentes ("Feres Infermiers").Irmão encarregado dos doentes,era uma espécie de supervisor e médico da saúde dos outros irmãos na Ordem


-Turcopolos: Tropas locais do Outremer, eram mercenárias ou mesmo ofertas de senhores locais para apoio e defesa.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Soube agora enquanto "passeava" pela blogosfera de um artigo do jornal O Primeiro de Janeiro sobre a situação face aos estudos templarios:
Reavaliar a condenação dos Templários

Interessou-me, ao contrario de muitos que li ao longo da fase em que o blog ficou inactivo,pois faz uma pequena referencia a uma investigadora Barbara Frale,pois mais do que o jornal diz esta investigadora já fez um estudo sobre o documento criando a ponte para o que faltava na história da Ordem.De comentar tambem que os ultimos posts são fundamentados na sua investigação.

O Poderio Financeiro do Templo-Parte 2

Tanto o espírito originário da Ordem baseado no valor penitencial da pobreza, quanto a exigência de reservar todos os recursos para os custos consideráveis da guerra, orientaram as normas no sentido de impor penas muito severas em relação á apropriação pessoal de dinheiro e também de objectos pertencentes á Ordem, o valor máximo que um templário podia deter era de 4 denários que era uma soma irrisória para a época, para alem desta soma considerava-se a culpa de furto e provocava a expulsão da Ordem.Este teor disciplinar criou ao Templo uma reputação de honestidade férrea que ainda se mantinha intacta na época do processo,levando ricos particulares e soberanos a depositar os capitais próprios nos cofres da Ordem,os templários custodiavam-nos fielmente mas sobretudo faziam render o dinheiro que lhes era confiado.Outro caso que demonstra a rigidez do Templo face ás finanças foi protagonizado durante uma expedição de Luís IX,o seu irmão é capturado e é pedido um elevado resgate que tinha de ser pago,com falta de liquidez e longe do seu reino Luís IX dirige-se ao Templo para um empréstimo:Um navio templário aparelhado com um cofre fechado á chave encontrava-se na vizinhança.Logo deduz-se que a ideia do rei fosse usar esse dinheiro para o resgate e posteriormente devolver o dinheiro á Ordem,no entanto não era permitido pelas normas templárias fazer uso do dinheiro de outras entidades de carácter particular ou politico mesmo que numa emergência só o grão-mestre teria o poder para revogar essa norma e declarar uma emergência podendo então o dinheiro ser utilizado,mas o problema agrava-se pois o grão-mestre da altura era Guillaume de Sonnac e este tinha morrido heroicamente na batalha de Al Mansurah e o processo para escolher outro grão-mestre demorava uma semana.Nesta situação fica um comandante encarregado de governar a Ordem até um novo grão-mestre ser eleito,ora um comandante não tem todo o poder que um grão-mestre tem e isso neste caso impede que o comandante possa libertar o dinheiro para o resgate.

Era então comandante Etienne d’Otricourt podendo apenas seguir as normas estabelecidas,entra numa troca de insultos com o senhor de Joinville que era da opinião que se deveria tomar o dinheiro pela força sem qualquer respeito pelas normas e leis templárias,a situação será resolvida pelo marechal da Ordem Raynaud Vichers, homem astuto e com grandes qualidades diplomáticas consegue divisar um estratagema que não vá contra as normas e leis da Ordem e ao mesmo tempo satisfaça Luís IX:Se o rei perpretasse o furto a Ordem não poderia impedir mas a Ordem poderia ser ressarcida do prejuízo com o dinheiro que Luís IX tinha nos cofres da Ordem em Acre,terminando assim com a contenda sem problemas de maior.

domingo, novembro 12, 2006

O Poderio Financeiro do Templo-Parte 1

No século XII a economia ocidental baseava se ainda nas rendas fundiárias, portanto nobres europeus que queriam auxiliar o Templo com as suas esmolas doavam á Ordem propriedades e edifícios.Todo o produto destas fazendas e também quaisquer rendas dos locatários dos bens templários eram convertidos em dinheiro e enviado para a Terra Santa, onde seria utilizado para sustentar as necessidades da guerra contra os sarracenos.

Segundo Alain Demuger que estudou os cartórios de muitas comendas templárias da região francesa, estas mesmas comendas registam uma expansão notável durante todo o século XII com numerosas vocações e doações, sinal de como a moral desta milícia já era reconhecida.Cada comenda não era só uma empresa agrícola mas também um centro de recrutamento e treino, onde os novos recrutas que seriam enviados para a primeira da Terra Santa se formavam.

As imensas transferências induzem a Ordem a desenvolver com grande rapidez a técnica bancária e financeira, valendo-se da experiência dos mercadores com quem entrou em contacto e dos seus navios que frequentavam os principais portos do Mediterrâneo.

Em 1179 a Igreja sancionara com uma enérgica condenação a actividade do empréstimo, que frequentemente era identificado com a usura; no entanto a economia da época estava a mudar, tomando uma orientação diversa, que passava a previligiar o trafico e a circulação de capitais.Os templários não diversamente de outras ordens religiosas e até de bispos, emprestavam dinheiro por um juro moderado que muitas vezes vinha dissimulado sob a forma de um penhor.O valor material do objecto serviria para compensar a Ordem da soma perdida no caso de não haver reembolso; os inventários das comendas templárias madados redigir por Filipe, O Belo depois da prisão de 1307 testemunham a presença de vasilhame precioso,roupas femininas de seda e outros objectos de valor deixados como deposito.